Não quero crescer

Em um dia antes de completar seus dezoito anos, Clara resolve fazer uma espécie de retrospectiva, tantos sonhos foram realizados e tantos outros foram deixados de lado. A vida de Clara naquele momento não era aquela sonhada a cinco anos atrás, aquela menina delicada que sempre ansiou por ser jornalista, hoje se encontrava entrando em uma faculdade de engenharia. O desejo de Clara com seus treze anos era lado arranjar um namorado e casar o mais cedo possível, tinha medo de viver sozinha, por isso, o desejo de se casar logo. Hoje com seus dezessete anos, próximo a completar dezoito, via que tudo aquilo almejado no passado, hoje já não havia valor.

Clara não se limitou a relembrar somente os sonhos que teve, mas relembrou de todas as antigas paixões que duravam somente uma semana e logo não gostava nem de ver a cara da pessoa que dizia estar amando. Relembrou de alguns amigos em que era tão apegada mas que com o tempo cada um teve que seguir os seus caminhos. Bateu aquela nostalgia da época que estava no ensino fundamental, das brincadeiras que sempre rendiam grandes risadas. Agora próximo a entrar na idade adulta, veio um desejo de reviver ou, pelo menos, rever as pessoas que fizeram parte da sua adolescência e infância.

Depois de horas relembrando o que passou, começou a ter medo do que viria depois dos seus dezoito anos. A idade adulta estava mais próxima do que nunca e com ela muitas preocupações, principalmente quanto a profissão a seguir. Estava chegando o dia em que começaria na faculdade de engenharia elétrica, mas sempre tinha dúvidas se aquela era mesmo a profissão que desejaria seguir pelo resto da vida. Ao completar dezoito anos logo teria que arranjar trabalho, já não dava mais viver de mesada e seus pais também já viviam reclamando de ver Clara a tarde inteira sem fazer nenhuma atividade. Começou então a questionar quanto ao curso escolhido na faculdade e também em que poderia trabalhar, já que Clara não sabia fazer nada.

Continuação...