Ôh
tempo. Eu questiono tanto o seu poder de tratamento e de desgaste ao
longo do tempo. Você consegue ser bom e ruim em igual proporção. Você
nos faz pensar, ir analisando dia após dia algo que naquele instante o
agir parecia ser mais importante do que o parar e analisar.
Então
que você fez o seu trabalho. O que doía, você me fez analisar que no
final das contas não deveria doer assim. Tudo é ponto de vista e
momento. Naquele fluxo intenso, sentir a dor fazia sentido. Afinal, não
aceitar o que aquele instante oferece, é não permitir aprender com ele.
Mas depois, com toda a calmaria que você, ó tempo, nos proporciona, a
dor foi perdendo o posto para a análise.
É, analisando
bem, pra que todo sofrimento?! E com o tempo, o passado também foi
vindo a tona e trabalhando duro para entender o que estava acontecendo
no presente. Todas as lembranças só fizeram ter a certeza de que aquela
dor não era nada comparado ao bem que a causa me fez.
O
entendimento foi vindo. Comecei a entender o que passava aqui dentro,
que as vezes repercutia fora. O problema não estava do lado de fora, mas
bem no interior. Para atingir o que não estava tão bem, o tempo
realizou o seu tratamento. Pois é, me fez descobrir que no final das
contas não faz sentido prender alguém. Então voa, voa para aproveitar ao
máximo o curto período de tempo em que rotulamos como vida.