No fim daquela linha de chegada,
um pote de ouro? Ou então por que dessa pressa toda? Alguma medalha de diamante
deve estar por lá, para onde todos vocês caminham. Vocês viram as flores? As
árvores? As ruas que cruzam esta avenida principal? Há tanta vida lá fora, já
diria Lulu. Há tanta vida aí dentro, aqui dentro, ali. Calma aí. Respire fundo.
Deixe o medo fugir de você um pouco. O tempo não está acabando. Aliás, com essa
correria toda, no fim, o tempo já acabou.
Passou. A vida: você não sabia?
Ela aconteceu enquanto você olhava para o pódio. Ela aconteceu enquanto você se
desesperava. Ela aconteceu enquanto você tentava roubar a vida de um outro
alguém. E o que você queria, onde ficou? As contas estão pagas, mas e os sonhos
da infância? Você largou?
Não, eu não quero ser mais uma
daquelas pessoas chatas que falam para desacelerar um pouco. Eu quero ser
extrema ao dizer: freie. Freie esse desespero de ser feliz logo. Essa vontade
louca de ter alguém para amar. Esse medo angustiante de não fazer sucesso.
Afinal, o que é fazer sucesso em um mundo onde um dia você é "uau, o Eike
Batista" e no outro é "xi, o Eike Batista"?
Já pensou o que aconteceria se
você parasse de olhar apenas para a luz do fim do túnel e começasse a olhar ao
redor? Pegue uma lanterna. Até em um lugar escuro há coisas para ver. Entender,
saber, aprender. Chore. Pelo amor de Deus, chore. Tira aí da sua garganta este
nó entalado, mastigado e não digerido que a vida te deu. Você não precisa
correr.
Depois, sorria. Ainda com o
coração machucado. Ainda com as lágrimas nos olhos. Ainda com dor. Sorria para
se convencer que você é capaz de fazer. Com calma. Mais tarde, pare de ler
textos de autoajuda - como esse, por exemplo.
Quem sabe você não descobre o
segredo da vida, no fim das contas? Porque de uma coisa eu sei: a vida gosta
mesmo é de quem sabe viver. Entendeu?
Texto de Karine Rosa(Blog)
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